segunda-feira, 8 de julho de 2013

escrita dos egipcios antigo

A escrita egípcia (medu netjer ou sech) é uma das primeiras da Antiguidade. A sua invenção data cerca de 3000 a. C., do período anterior ao estabelecimento das dinastias faraónicas, e é resultado da fusão de vários elementos. Estendeu-se até ao início da era Cristã, altura em que foi substituída pelo alfabeto grego.
É o reflexo de uma grande diversidade de raças e etnias. Está ainda dentro de um leque muito variado de línguas semíticas mas também das berberes do Norte e de África. Hoje é considerada como uma língua morta e apenas se conhece pelos textos antigos que chegaram até nós. Foram os Gregos antigos que denominaram a escrita ideográfica egípcia de hieroglyphikà grámmata (literalmente "escrita divina"). Os Egípcios antigos atribuíam a invenção da escrita ao seu deus Tot, também por eles considerado inventor da linguagem e da magia, daí o seu título popular "senhor das palavras divinas".
A escrita ideográfica não representa visualmente a imagem real das coisas, como a pictografia, mas sugere o seu nome. A totalidade dos sinais que constituem a escrita hieroglífica, que ascendem a vários milhares, refere-se ao povo e ao seu habitat, mostrando assim várias características autóctones. O seu conhecimento data de 1799, altura em que foi descoberta a Pedra da Roseta, uma pedra de basalto negro gravada. O texto que nela ocorre foi escrito em três versões distintas: grego antigo, egípcio com caracteres hieroglíficos e egípcio na sua forma de escrita cursiva, ou demótica (popular). O decifrador do enigma da Pedra de Roseta, em artigo publicado em 1822, foi o jovem francês estudioso de línguas antigas Jean-François Champollion (1790-1832): com esta sua descoberta, estava encontrada a chave para se decifrar definitivamente a escrita hieroglífica dos antigos egípcios.
Desde as primeiras descobertas que a escrita egípcia deixou de ser uma esfinge enigmática e revelou aos estudiosos todos os seus pormenores, graças à descoberta de Champollion nos princípios do século XIX, a centúria de arranque da Egiptologia moderna.
A escrita egípcia pode ser apresentada em três formas. Em primeiro lugar, a escrita hieroglífica, uma escrita sagrada, que existe, principalmente, nos túmulos e nos templos. Era formada por desenhos e, por isso mesmo, a sua interpretação e execução era demorada e complicada. Os escribas rapidamente inventaram um novo género de escrita que permitia uma comunicação mais rápida e eficaz, a escrita hierática, que é uma escrita sacerdotal, em que o alfabeto tem os mesmos tipos que os hieróglifos mas com formas diferentes e mais simples. A terceira forma, a escrita demótica, surgiu na XXIV Dinastia (Terceiro Período Intermédio, 1075-650 a.C.), e é um género de escrita mais rápido, de uso popular. No Período Ptolomaico (332-30 a.C.) esta era a escrita que se utilizava para os todos os textos, científicos, religiosos ou literários.
Com o passar do tempo e o declínio desta civilização a escrita egípcia copta (cristã), começou a adquirir maior importância e acabou por substituir as anteriores. Esta escrita é mais simples, é formada por vinte e quatro letras gregas combinadas com seis caracteres demóticos. Lentamente foi cedendo lugar ao árabe.
A escrita egípcia antiga, no que concerne à grafia dos sons, representa unicamente os sons consonânticos, os quais dão a sonoridade da palavra. O seu desenvolvimento e surgimento revelou-se extremamente importante na medida em que com ela era possível divulgar ideias, comunicar e controlar os impostos.v

religião no Antigo Egito

A religião no Antigo Egito refere-se ao complexo conjunto de crenças religiosas e rituais praticados no Antigo Egito. Não existiu propriamente uma religião egípcia, pois as crenças - frequentemente diferentes de região para região - não eram a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo do Egito, terra que tinham governado no passado distante.
Este conjunto de crenças foi praticado no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até ao surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de "anjos de deus", o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. No governo de Amenófis IV foi pregado o monoteísmo, porém não durou por muito tempo, pois após a sua morte a religião foi dispensa.
A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém por minorias. O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente.